O câncer de esôfago está associado principalmente ao tabagismo e ao alto consumo de bebidas alcoólicas.
O esôfago é um tubo músculo membranoso, longo e delgado, que comunica a garganta ao estômago. Ele permite a passagem do alimento ou líquido ingerido até o interior do sistema digestivo, através de contrações musculares.
Epidemiologia
O câncer de esôfago apresenta uma alta taxa de incidência em países como a China, Japão, Cingapura e Porto Rico. No Brasil, consta entre os dez mais incidentes, segundo dados obtidos dos Registros de Base Populacional existentes. A incidência de câncer de esôfago é rara; representa aproximadamente 2% de todos os tumores malignos, afetando igualmente homens e mulheres, a partir dos 50 anos de idade.
Entretanto, o câncer de esôfago está entre os tumores com crescimento mais rápido e, na maioria dos casos, quando diagnosticado, já começou a disseminar células cancerosas para os gânglios linfáticos.
Há vários linfonodos vizinhos ao esôfago em toda a sua extensão, o que facilita a propagação do tumor através da rede linfática, invadindo a pleura, a traquéia, os brônquios, o pericárdio e a aorta, tornando a sua cura muito difícil.
Fatores de Risco
O câncer de esôfago está associado principalmente ao tabagismo e ao alto consumo de bebidas alcoólicas. Outras condições predisponentes menos frequentes são a acalasia, o esôfago de Barrett ( causado pela doença do refluxo), lesões cáusticas no esôfago, Síndrome de Plummer-Vinson (deficiência de ferro), agentes infecciosos (papiloma vírus – HPV) e história pessoal de câncer de cabeça e pescoço ou pulmão.
Prevenção
Medidas importantes que podem diminuir o risco para câncer de esôfago são:
- Adoção de uma dieta rica em frutas e legumes
- Evitar o consumo frequente de bebidas quentes ( como chás e chimarrão)
- Alimentos defumados, bebidas alcóolicas
- Evitar hábitos tabágicos
Sintomas
O câncer de esôfago na sua fase inicial não apresenta sintomas. Porém, alguns sintomas são característicos como a dificuldade ou dor ao engolir, dor retroesternal, dor torácica, sensação de obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda do apetite.
Na maioria das vezes, a dificuldade de engolir (disfagia) já demonstra a doença em estado avançado. A disfagia progride geralmente de alimentos sólidos até alimentos pastosos e líquidos. A perda de peso pode chegar até 10% do peso corporal.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através da endoscopia digestiva, de estudos citológicos e de métodos com colorações especiais (azul de toluidina e lugol) para que seja possível se fazer o diagnóstico precoce, fazendo com que as chances de cura atinjam 98%.
Na presença de disfagia para alimentos sólidos é necessária a realização de um estudo radiológico contrastado, e também de uma endoscopia com biópsia ou citologia para confirmação.
A extensão da doença é muito importante em função do prognóstico, já que esta tem uma agressividade biológica devido ao fato do esôfago não possuir serosa e, com isto, haver infiltração local das estruturas adjacentes, disseminação linfática, causando metástases hematogênicas com grande freqüência.
Tratamento
Nas fases iniciais, o tratamento mais eficaz é a cirurgia, sendo que o tipo da cirurgia depende do subtipo e da localização do tumor.
Nos outros estágios a quimioterapia associada a radioterapia constituem-se no tratamento ideal.
A cirurgia é de grande porte e geralmente a quase a totalidade do esôfago é retirada, e a reconstituiçao do trajeto alimentar é feita geralmente com o estômago e mais raramente a interposição de um segmento de intestino.