Pesquisas indicam que fumantes tem maior risco de desenvolver as formas graves de Covid-19. Além disso, qualquer tipo de tabagismo é prejudicial à saúde, incluindo o maior risco de câncer, e dano aos sistemas cardiovascular e respiratório. Neste texto vamos explorar a relação do tabagismo com o conoravírus.
Fumantes tem maior risco de desenvolver as formas graves de Covid-19
O tabagismo pode aumentar significativamente a chance de sintomas graves devido à doença COVID-19. Pesquisas indicam que, em comparação aos não fumantes, as pessoas que tem um histórico de tabagismo apresentam um risco substancialmente maior de internação em UTI, com maior chance de indicação de ventilação mecânica e maior risco de óbito.
Recentemente, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), uma das principais instituições da campanha anti-tabaco no Brasil, publicou uma nota técnica, alertando sobre o maior risco de óbito por COVID 19 em pessoas que fazem uso de qualquer forma de tabaco.
Infecções respiratórias e o Covid 19
O tabagismo já é conhecido por ser um fator de risco para muitas outras infecções respiratórias, incluindo resfriados, gripe, pneumonia e tuberculose. Os efeitos do tabagismo no sistema respiratório aumentam a probabilidade de os fumantes contraírem essas doenças, que podem ser mais graves. O tabagismo também está associado ao aumento do desenvolvimento da síndrome do desconforto respiratório agudo (SARS) uma complicação importante para casos graves de COVID-19, entre pessoas com infecções respiratórias graves.
Evidências da China, onde o COVID-19 se originou, mostram que as pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares e respiratórias causadas pelo uso de tabaco ou outras substâncias apresentam maior risco de desenvolver sintomas graves do COVID-19. Uma pesquisa em 55.924 casos confirmados, revelou que a taxa bruta de mortalidade para pacientes com COVID-19 é muito maior entre aqueles com doença cardiovascular, diabetes, hipertensão, doença respiratória crônica ou câncer do que aqueles sem condições médicas crônicas pré-existentes. Isso demonstra que essas condições pré-existentes podem aumentar a vulnerabilidade desses indivíduos ao COVID-19. Por conta disso, podemos dizer, que o tabagismo é um importante fator de risco isolado para COVID-19.
Cigarro eletrônico e Narguilé
Não podemos esquecer das novas formas de tabagismo que estão se disseminando entre os jovens e adolescentes, como o cigarro eletrônico e o Narguilé. As pessoas que mantém esses hábitos também desenvolvem doença inflamatória pulmonar em diversos graus e, portanto, de acordo com estudos científicos, também são mais suscetíveis a desenvolver a forma grave da COVID-19, se forem infectados. O Narguilé, em especial, agrega um outro risco, que é a disseminação do vírus, já que há o compartilhamento do bocal do aparelho de Narguilé.
O que fazer se sou fumante?
É fundamental, que as pessoas que tem hábitos tabágicos, que interrompam imediatamente o tabagismo. Mesmo pessoas que fumam há diversos anos, e que já tem algum grau de lesão pulmonar, como o enfisema, se beneficiam da interrupção do tabagismo. É sabido, que pessoas que param de fumar, começam a apresentam uma melhora significativa na troca ventilatória pulmonar em 24-48 horas, além de apresentarem melhora na saúde geral e na imunidade.
Concluindo, o tabagismo em suas diferentes formas, além de ser prejudicial à saúde, no caso de contaminação pelo COVID 19 pode apresentar complicações respiratórias graves. O conselho para quem fuma em tempos de pandemia é parar de fumar o quanto antes, para se prevenir dos quadros mais grave da doença e reduzir o risco de óbito em decorrência do COVID 19.
Referências:
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//inca-alerta-tabagismo-uso_de_naguile-risco-infeccao-pelo-coronavirus.pdf
WHO FRAMEWORK CONVENTION ON TOBACCO CONTROL. Increased risk of COVID-19 infection amongst smokers and amongst waterpipe users. Available at: https://untobaccocontrol.org/kh/waterpipes/covid-19/ Access in: 16 mar. 2020.
- Huang, et al. “Clinical features of patients infected with 2019 novel coronavirus in Wuhan, China,” The Lancet, vol. 395, no. 10223, pp. 497-506, 2020.